Quando entrou na faculdade de medicina, Renata não sabia que um dia seria pediatra. Também não tinha a mínima suspeita de que, antes de tomar essa decisão, ela daria um passo bem mais importante que esse: a maternidade.
Como não podia ser diferente, a surpresa mudou completamente sua vida e sua carreira. Com as novas responsabilidades, trancou a faculdade por um ano, mas não parou de estudar. Nesse período, se interessou mais ainda pelo tema da educação, o que a aproximou naturalmente dos cuidados com crianças e consequentemente com a pediatria.
Retomou seus estudos, terminou a residência e começou a trabalhar em maternidades. Nesses hospitais, acompanhando diversos partos, ela se deu conta de toda a violência obstétrica pela qual mães e bebês passam: na rede pública, com o excesso de intervenções médicas (mesmo nos partos normais); na rede privada com o número absurdo de cesárias eletivas. “Eu me questionava: se na natureza tudo funciona, será que precisamos sempre de tudo isso?”, conta ela, sobre o momento em que chegou a pensar em largar a especialidade.
Mas antes de desistir, Renata queria esgotar suas possibilidades de fazer, de um jeito diferente, a profissão que havia escolhido por amor. Foi nessa busca que conheceu o Grupo de Apoio à Maternidade Ativa (GAMA). Lá conheceu o trabalho de diversas obstetrizes, profissionais que a deram oportunidade de acompanhar partos humanizados hospitalares e domiciliares. Sua dúvida estava solucionada: a natureza também funciona com humanos.
A descoberta pela nova maneira de atuar a fez deixar o emprego nos hospitais para acompanhar partos particulares e atender pacientes recém-nascidos na própria sede do GAMA. Ao seu atendimento ela adicionou todos os conceitos de medicina antroposófica, formação que completou em 2014.
Continuou acompanhando os partos e clinicando.
Ia tudo muito bem, mas Renata teve, de novo, que fazer mais uma interrupção na sua carreira… Uma década depois da primeira gestação, ela estava grávida de novo.
Seu segundo filho veio de uma maneira bem diferente do primeiro. Ela usou todo o conhecimento acumulado para ter o próprio parto natural – a experiência mais poderosa que já viveu e que a fez ter mais certeza ainda de que estava no caminho certo também na profissão.
Não deu nem tempo de escrever um outro parágrafo nesse texto e ela já estava grávida de novo. Quando o filho do meio tinha um ano, Renata engravida da terceira filha! As gestações foram tão coladas que as amamentações aconteceram em simultâneo.
“Eu tive puerpérios terríveis, então hoje entendo porque as mulheres que frequentam grupos de mães se sentem acolhidas. É fundamental ter um ponto de reestabelecimento, de reconexão, para se sentir entre pessoas iguais que entendem o que você está passando”.
Com dois bebês e uma adolescente em casa, Renata diminuiu o ritmo das suas consultas e começou a dividir seu trabalho com a amiga e pediatra Vania Gato, que havia sido sua residente na Santa Casa. Vania passou a cobrir os partos indicados por Renata, até que ela voltasse a fazê-los.
Ao mesmo tempo que Renata retomava suas atividades profissionais, Vânia começou a amadurecer a ideia de criar a Lumos, que ia totalmente ao encontro do que Renata pensava para aquele momento. O convite veio naturalmente e ela prontamente o aceitou. “Eu queria um lugar assim, um local de acolhimento para poder fazer meu trabalho ajudando essas famílias. Uma mãe apoiada, que se sente mais confiante, estabelece um vínculo mais confiante com o bebê”.
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